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Observando Saturno

Figura 1: Saturno fotografado pelo autor com um telescópio newtoniano de 180 mm F/8.

O planeta Saturno é sem dúvida uma das mais belas visões do céu. Quase sempre, o “Senhor dos Anéis”, retira suspiro das pessoas quando observado pela primeira vez ao telescópio. Com 90 vezes a massa da Terra, este gigante gasoso possui  praticamente a mesma composição do planeta Júpiter e possui um diâmetro de 120 000 km. Seu período sideral é de 29,46 anos e possui uma rápida rotação de 10 horas e 32 minutos. O diâmetro dos seus anéis é de aproximadamente 250 000 km com espessura pouco maior que 1 km.  Com um afastamento máximo de 3 graus com relação a eclíptica, saturno possui um movimento muito lento no céu o qual é cerca de 1,8 minutos de arco por dia. Seu plano equatorial apresenta um ângulo de 27o com relação ao plano de sua órbita.

Saturno quando observado a vista desarmada parece com uma estrela muito brilhante com uma cor de chumbo e magnitude que varia de -0,3 a -1,4. Seus anéis contribuem muito para a sua luminosidade e quando estão com inclinação máxima voltada para a Terra, o planeta, reflete a luz solar com maior intensidade.

Com um binóculo de 7×50 não dá para ver os anéis e nenhum detalhe do disco planetário, percebe-se apenas uma forma ovalada como uma azeitona. Porém com um modesto telescópio de 60 mm teremos uma observação satisfatória do planeta. Com um refrator de 60 mm seus anéis são vistos modestamente não distinguindo as suas subdivisões, veja a figura 2. Também fica bem visível o maior de seus satélites: Titã. Segundo a Wikipedia: “Saturno é o planeta do sistema solar com o maior número de lua ou satélites naturais (82 luas), ultrapassando Júpiter”. Com pequenos telescópios é possível visualizar os satélites: Titã, Tétis, Réia, Dione Encélado e Mimas (veja a figura 3). Com um telescópio de 60mm ou 70 mm, com aumentos da ordem de 120 vezes, pode-se distinguir a coloração marrom-creme do globo de Saturno, a sua faixa equatorial e as diversas intensidades de brilho na extensão de seus anéis.

Figura 2: Visão aproximada de Saturno com cerca de 100 aumentos com um telescópio refrator de 60 mm.

Figura 3: Saturno e seus seis satélites mais brilhantes.

Mesmo com instrumentos simples (como os refratores de 60 mm) é possível acompanhar as variações angulares de Saturno as quais mostram os seus anéis em várias inclinações dentre as quais o planeta pode ficar de perfil produzindo um efeito de quase desaparecimento dos anéis. Ver figura 4 e a animação 1.

Figura 4: A mudança das posições dos anéis de Saturno entre os anos de 1971 1995.

Animação 1: Movimento dos anéis de Saturno

Com instrumentos de maiores abertura, a partir de 80 mm, temos uma visão deslumbrante de Saturno. O globo planetário mostrará tênues colorações e faixas. O anel se apresentará dividido em três, com destaque para a divisão de Cassini a qual já começa a ser vista com refratores a partir de 75 mm (ou com refletores de 90mm). Com ótimas condições atmosféricas, com telescópios de maiores aberturas, a partir de 120 mm,  com 400 vezes de aumento pode-se perceber irregularidades e fragmentações muito tênues e outras divisões dos anéis (divisão de Hencke), como o anel de crepe, veja a figura 5. Sobre os anéis de Saturno Segundo a Wikipedia:  “Eles consistem de incontáveis pequenas partículas, cujo tamanho varia de micrômetros a metros, em órbita ao redor de Saturno. As partículas dos anéis são compostas quase totalmente de gelo de água, com um componente residual de material rochoso.”

Suas faixas atmosféricas compostas por metano e amoníaco são semelhantes ás de júpiter, com faixas escuras e zonas claras, contudo  mais tênues.

Figura 5: Divisão dos anéis de Saturno.

Apesar de sua grande beleza Saturno não é um objeto que possua grandes variações em seu aspecto, não sendo assim um bom astro para observações sistemáticas .

Então, vamos observar Saturno?

 

Referências:

MOURÃO, R. de F. Manual do Astronomo. 3a ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998.

NICOLINI, J. Manual do Astrônomo Amador. 3ª edição. Campinas: Editora Papirus, 2000.

Astronomia Prática Atlas do Céu. Ed. Rio Gráfica.

Wikipédia.